quinta-feira, 18 de setembro de 2008

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tá vendo?! Quando eu menos espero, estou aqui de novo. Olhe que faz até um tempinho que não passava por aqui... não tava afim, apesar de muitas coisas terem me despertado a vontade desse passeio virtual, mas deixei pra lá...

To passando só pra deixar aqui minha maravilhosa sensação ao terminar de ler O Sacrifício dos Anjos, do diretor teatral, dramaturgo e escritor paraibano Tarcísio Pereira.



A história, só para quem se aventurar pelo Mousse ficar por dentro, de principio lembra o texto Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, que foi montado pelo grupo paraibano Ser Tão Teatro, com direção de Cristina Streva. Lembra porque é trágico, lembra porque envolve um amor obcecado, lembra porque tem fanatismo religioso

Então é assim, tem um tal de Pai Isaú, que é louco de jogar pedra e mandar matar, que sofre com a seca, com papa-figo e com ciganos. O pano de fundo é a seca de 1877 e aí o bicho pega, literalmente. O tal do pai isaú tem um sonho que até Zé do Caixão ia ter medo e é a partir desse sonho, que ele (que nem acredita assim nele) consegue convencer pessoas tão desesperadas quanto ele e a seita está criada!

O Pai Isaú acaba vivendo pra mais de 100 anos ás custas de muito fígado de criança comido cru, no sangue mesmo, pelos membros da seita em busca dessa vida “terna”, sem pressa...a seita é organizada, tem regras, leis e tabus...tem as peixas, a mãe Geórgia, Mirandolina, Pepita, o homem das feras, muitos conflitos e subtramas

Apesar de ser uma história difícil, até certo ponto intragável, o prazer da leitura é inegável... nossa, fazia tempo que um romance paraibano não pegava da forma como esse pegou, foi de uma vez, comecei a ler e terminei, rapidinho...fico feliz demais porque já tinha lido outro livro de Tarcisio: Agonia na Tumba e tinha gostado bastante...

No teatro minha última experiência com uma direção sua foi em “A Fantástica Peregrinação do Coronel Luciano atrás de um rabo de saia”, e sei que lá, sei lá, sei que lá...



Acredito que Tarcísio tenha tirado leite de pedra e o respeito demais por isso, porque o texto nem merece linhas aqui, pelo menos pra mim, leitora apenas, sem crítica, resenha ou apresentação, apenas leitora e platéia, aliás, falando como platéia a peça dirigida por Tarcísio faz rir, não porque seja engraçada, mas porque é melhor rir mesmo...

Mas a escrita de Tarcísio é demais, me cativou e conquistou uma leitora fiel..já estou andando com "O homem que comprou a rua", outro romance seu e que me deixa curiosa também, é um romance policial psicológico..vamos ver o que vai ser...