segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Burro Morto vive, e é no afrobeat...



Muita gente toca afrobeat, é verdade. Na Paraíba, por exemplo, o Néctar do Groove sempre tem UM momento afrobeat em suas performances, assim como o Aerotrio ou até mesmo o ChicoCorrea & Eletronic Band. Então, qual a novidade disso tudo?!



A novidade é que uma garotada de João Pessoa, que começou como tantas outras garotadas desta capital e de tantas outras mais, resolveu se juntar e assim formar um grupo instrumental DE afrobeat. Essa é a diferença dos meninos do Burro Morto para estes e tantos outros grupos de João Pessoa.



Desde o Encontro da Nova Consciência, em Campina Grande, que tenho ouvido bastante essa expressão pelos bastidores das bandas paraibanas. Estávamos já acomodados com a música improvisada, jazzística e eletrônica do Chico Correa, o regionalismo pulsante do Escurinho, as misturas, apropriações e releituras do domínio público do Cabruêra. Isso só para citar os grupos "midiaticos".



Mas Burro Morto, nossa, esse surgiu NÃO para ocupar o lugar de uma dessas bandas já bem conhecidas da gente, mas para TOCAR o afrobeat. Diga aí?! Não é que temos em João Pessoa, um grupo novo, que está aparecendo timidamente nas escassas produções locais, mas que por onde tem tocado, tem agradado bastante ao público.



O percurso por vários gêneros e distintas influências musicais é tão valoroso quanto a escolha por um universo apenas, que em si mesmo, é diversificado. As quatro faixas (Castelo de Pedra, Indica, Nicksy Groove e Menarca) disponíveis para audição no My Space da banda (www.myspace.com/burromorto) é só um aperitivo do que é a performance do grupo ao vivo.



Com um repertório bem mais longo e ousado, só no show é possível identificar muitas das influências do grupo. Quando estão no palco, os músicos se entendem de tal forma que chegamos ao ponto, no público, de até pensarmos que é uma banda daquelas de anos e anos de shows e mais shows que está ali...



O que é bastante positivo nisso tudo é que esse caráter espontâneo e maduro pode até não ser proposital (mas que pode ser alcançado também com muito ensaio e pesquisa), mas revela a cada música as referências do Burro Morto, a citar Felá Kut, Osibisa, The Budos Band e Tony Allen.



O som que o Burro Morto faz não lança um elemento musical novo, mas na cena paraibana, funciona como grupo de renovação, que observa outros elementos e faz, em João Pessoa, afrobeat de qualidade e autoral.



É continuar ensaiando, aumentar o repertório no My Space, entrar em estúdio para lançar um CD bem produzido. O público parece que está cada vez mais atraído pelo afrobeat que surge na capital paraibana e pelos palcos por onde passa o Burro Morto.



Para quem não conhece, é só procurar no google qualquer um desses nomes que citei acima. No caso dos meninos, minha sugestão aos que forem ouvir as quatro faixas no My Space, é Nicksy Groove, que quando tocada ao vivo é o ponto alto do show. Harmonia entre tantos instrumentos, e a escaleta, então? Só ouvindo para entender...



O grupo é formado por Felipe Tavares - Contrabaixo e percussão, Thiago Costa - Synth
Victor Afonso - Percussão e trompete, Leonardo Marinho - Guitarra e saxofone, Daniel Ennes - Contrabaixo e trompete, Felipe Gouveia - Percussão, flauta e guitarra, Haley Arthur - Orgão, escaleta, garrafa e Ruy Oliveira – Bateria.

2 comentários:

Polly Barros disse...

Olá Calina,
Sou novata por aqui, mas andei lendo suas postagens e achei todas muito pertinentes e interessantes, é muito bom ter um espaço pra discussão da arte, e da cena artística de JP. Bem, em relação ao Burro Morto eu concordo com tudo que disse. O show deles é instigante, são músicos de muita qualidade e, pelo pouco que sei deles, são pessoas muito determinadas na experimentação e pesquisa. Além disso, são muito introsados, no palco e fora dele. Acho que esses são ingridientes importantes pro sucesso de um grupo...
E que venham mais shows e mais música!!

Calina Bispo disse...

que ótimo polly, adorei seu comentário e torcemos juntas por esse grupo! seja bem vinda...