sexta-feira, 13 de junho de 2008

Teve de tudo, menos poesia...

Sei lá, tudo começou quando me ligaram me convidando para integrar o juri do Festival de Poesia Encenada do Sesc João Pessoa...pensei comigo, puta merda, o que entendo eu de poesia?! O mais próximo que chego è a leitura...recusei, ainda bem, pois descobri depois a fogueira que estava pulando...

Como não entendo porra nenhuma de poesia, cabe a mim, apenas, dizer que achei tudo muito estranho. Primeiro, entre os jurados, só tinha um poeta de verdade, o Políbio Alves, que parece ter sido o úncio a encontrar poesia nesse festival que terminou ontem a noite.

Fui só na primeira noite. Não entendi bem o que estava acontecendo ali...conversando com alguns poetas de verdade ( no sentido da cena literária paraibana reconhece-los assim, e suas obras também comprovarem), me perguntava se eu era mais distante da poesia do que eu imaginava, eu realmente não tinha poesia naquele festival...até que li a melhor definição para este projeto do Sesc; parafraseando meu colega, que também é poeta: "O Poesia Encenada do Sesc é a Festa das Neves da Literatura". Perfeito!!!

Pois é. Uma coisa dessas acontece e aí penso o quanto é carente de credibilidade um evento como esse, pois a quem deveria mais atingir, só afasta, que sãos os poetas paraibanos e críticos especializados. É tanto que, o único nome da poesia paraibana que estva inscrito era o de Antônio Mariano. No juri, teve de tudo, e com todo o respeito, mas não tiveram pessoas com autoridade para avaliar aquelas apresentações, que ilustravam contos, historinhas ou sei que lá o que...menos a poesia...

É preciso ser revisto imediatamente esse perfil que o Sesc está dando a um Festival que tinha tudo pra "bombar" em João Pessoa, já que não temos nada parecido nesse segmento cultural. Tudo começa pela própria pré-seleção: Quem integra a equipe? Que critérios são usados para selecionar os poemas que estarão em competição? Onde está a poesia paraibana? O que eles entendem por poesia? E o juri, pq não convidar pessoas realmente "gabaritadas" para tal avaliação? Será o medo de ouvir críticas negativas? Ou até mesmo, de o festival não acontecer caso uma das autoridades entendam que não há poesia no Festival?

Rever não é constragedor. Ouvir e ler as críticas é um processo de aproximação e compreensão dosque outras pessoas têm a dizer sobre algo. Então, porque não se aproximar de quem realmente entende do babado, para assim fazer algo que esteja a altura do nome do evento?!

Fica o recado e que no próximo, os erros sejam lembrados para não serem revisitados...

4 comentários:

Linaldo Guedes disse...

pois é, cal. dá vergonha em assistir a tão deprimente festival e ao que o Sesc vem fazendo com a literatura paraibana

Eunice Boreal disse...

Compartilho inteiramente com a critica de Calina e Linaldo Guedes.
É uma lástima viajar por todo o Brasil, ser super-bem recebida em todos os lugares, ver a potencia que o sesc é nacionalmente e me deparar com produções tão amadoras em João Pessoa.
Esperamos que de fato, nossas criticas sejam construtivas e que esse quadro mude. Basta de João Pessoa vender a imagem de provinciana. E é por isso que temos poetas e diversos artistas que fazem trabalhos tão grandes que não conquistam "nosso povo".
Nós produtores, precisamos ampliar a pupipla e perceber que o potencial artístico existente na Paraíba não tem fronteiras e que o pudorismo é prejudicial a nossa saúde mental.dos nosso solo.
Quero parabenizar a empresa sesc pelo maravilhoso trabalho desenvolvido em diversos pontos do Brasil, através do trabalho sério e da escolhe de profissionais excelentes e pedir maior atenção para o sesc João Pessoa. Potencial e idéias, sabemos que temos, agora falta crescer!

Maria Eunice Boreal - Atriz e poeta que participou do primeiro dia do poesia encenada 2008

Higino Brito Vieira disse...

Adoro suas críticas sempre bem fundamentadas e sem receios. A cena cultural de João Pessoa tem sim que passar por uma revolução. Pessoas como você são fundamentais para que coloquemos nossa cidade no universo cultural que lhe é merecido. Bjão!

Ednamay Cirilo Leite disse...

vi o poema de ANTONIO MARIANO , com a cena para outro poeta e mesmo assim o juri não entendeu nadica de nada...

ednamay.cirilo@gmil.com