quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Fafá de Bélem In Concert


Entrevista publicada no Jornal A União, em 20/12/07
Por Calina Bispo

Nesta sexta-feira, 21 de dezembro, a Orquestra Sinfônica da Paraíba encerra seu programa de Concertos oficiais neste ano de 2007, com a participação de Fafá de Belém e do Coral Sinfônico. Nesta entrevista, Fafá de Bélem fala sobre a expectativa de acompanhar a OSPB em João Pessoa, e também relembra momentos importantes de sua carreira, afirmando que tudo o que fez está feito e ponto. “Não renego nada, não me arrependo de coisa alguma. Tudo o que fiz, gravei, participei ou o que seja, foi consciente”.



Não sei se essa é a primeira vez que você se apresenta acompanhada de uma orquestra e de um coral sinfônico. Então, sendo ou não, que expectativas você tem em relação a isso, e como essa experiência se apresenta na vida de uma interprete popular?
Por uma dessas incríveis coincidências, esse mês de dezembro foi o mês das Orquestras e Sinfônicas. Cantei no Rio de Janeiro, no dia 01 de dezembro. No dia 05 em Porto Alegre com a Sinfônica e Coral da PUC. No último dia 15 em Vitória, na praia de Cambori, com Orquestra, coral e o publico era de 20.000 pessoas. Agora, ainda com o velho e bom frio na barriga, chego a grande Sinfônica e Coral da Paraíba. Uma honra, uma grande alegria.

Como foi a escolha do repertório para esse Concerto?
Foi simples, foi feito com naturalidade, com os olhos voltados para esses 32 anos de carreira que, em parte, registrei no meu primeiro DVD, lançado esse ano – Fafá de Belém ao Vivo. É claro que tem músicas que remetem ao Natal, como Nossa Senhora e Ave Maria.

Você já cantou muitos estilos musicais, inclusive aqueles que os críticos mais exigentes classificam como menores, a exemplo do brega (presente em seu novo disco) e do sertanejo. Mas também gravou Chico Buarque e o Fado. O que você não cantou ainda e que pretende cantar?
Eu sou uma cantora que desconhece preconceito. Canto o que me emociona e o fato é que as tais músicas sertanejas ou menores, como você diz, estão até hoje no coração de muita gente. Quanto ao Chico Buarque, foi um trabalho maravilhoso e , aliás, um dos grandes sucessos da minha carreira é uma musica dele – SOB MEDIDA – que, aliás, está no repertório desse Concerto. Com relação ao futuro, só posso garantir que serei sempre refém da minha sinceridade, do sentimento que me passa a canção.

Duas interpretações suas ficaram para a história e marcaram sua carreira: O Hino Nacional e Ave Maria. Você os cantaria novamente? O Hino ainda seria cantado como grito patriótico e Ave Maria como fé ?
Claro. Não renego nada, não me arrependo de coisa alguma. Tudo o que fiz, gravei, participei ou o que seja, foi consciente. Ninguém me impôs que gravasse isso ou aquilo, não subi em nenhum palanque por motivo outro que não fosse a minha crença.

Roberto Santana. O que te diz?
Ele me descobriu no Pará. Realizou alguns dos meus melhores trabalhos. É um produtor de grande talento, conhece musica, sabe distinguir entre o efêmero e o que faz a história.

Em Estrela Radiante você coloca lado a lado o regional e o urbano da música brasileira. Você ainda busca isso?
Há dois anos fiz um CD, só com músicas de autores paraenses. Chama-se Canto das Águas e foi produzido por Roberto Santana, onde esse encontro estava presente. Aliás, essa é a historia da minha vida, é cantar o Brsail

Quem são os novos compositores brasileiros, para você?
Eu estou flertando com uma turma nova. Quem viver verá!!!

Mercado fonográfico brasileiro, disco anticomercial em Portugal. Me fala sobre isso.
O mercado fonográfico brasileiro acompanha o que acontece no mundo. A indústria está tentando encontrar um caminho e se entender com os novos tempos. Nos últimos cinco anos muita coisa mudou. O Artista precisa ter a sua própria estrutura para seguir em frente e, vou lhe dizer, parecia tão mais complicado do que é. Eu tenho uma historia de vida e muita vida ainda para viver e contar.

Os selos próprios representam uma tendência inevitável no mercado? O que muda, quando você passa a ter seu próprio selo?
Nos dias de hoje, nada!

Um comentário:

Eunice Boreal disse...

muito obrigada peladivulgação lindíssima. Nasceu sorrindo essa poesia ai.

quem quiser sacar mais:
www.verborragiaboreal.blogspot.com