Crítica do filme O Homem Duplo
Eu nunca li nada de Philip K. Dick, nem nunca me dediquei muito à literatura de ficção científica. Também não digo que a partir de agora Phlip K. Dick ou a própria FC substituam Oscar Wilde e Virginia Wolf em minha cabeceira. Mas posso dizer que curiosa fiquei depois que assisti O Homem Duplo, de Richard Linklater, baseado na obra deste escritor americano.
O filme é uma produção americana, com excelente e agonizante dupla atuação de Roberto Downey Jr. Uma trilha sonora assinada por Graham Reynolds, que é assim, improvável, cheia de humor, mas também de estremo bom gosto, pois consegue harmonizar-se com a “animação” da visão paranóica e psicodélica de Dick. A história é a seguinte: um policial disfarçado se infiltra em um grupo de “amigos” para descobrir quem entre eles é um grande traficante de drogas. Ops, drogas não. Uma droga em especial, a substância D (D de destruição, ou D de Dick ? ), ao final do filme encontramos a resposta.
Tenho uma queda irresistível por filmes de animação. Todo tipo, sem preconceito. Animação para criança como o Castelo Animado (Dir. Hayao Miyazaki, Japão, 2004), animação para adulto como As Bicicletas de Belleville (Dir. Sylvain Chomet, França, 2003), sem contar aquelas de ficção científica como Cowboy Bebop (Dir. Shinichirô Watanabe, Japão, 2001), ou ainda Heavy Metal – Um passo mais além da ficção (Dir. Ivan Reitman, EUA, 1981). Este último um clássico que tanto despertou a atenção dos leitores de ficção científica quanto dos fãs do rock metal dos anos de 1980.
Mas e O Homem Duplo? O Homem Duplo é sinistro, a realidade e a humanidade do Homem Duplo são sinistras. Os primeiros vinte minutos do filme são quase escatológicos, mas antes muito originais e surpreendentes. Já nos primeiros vinte minutos, mesmo para quem que nunca leu nada de Dick, como eu, ficará no mínimo curioso para não só ler algo como também descobrir quem é Philip K. Dick? Que universo é esse que está apresentado logo nas primeiras cenas do filme? Em que planeta vive um homem como Dick? O que mais ele escreveu?
Ah! Quase me esqueço, também estão no elenco Keanu Reeves, Wood Harrelson e Winona Ryder, mas Linklater tem uma carta na manga para facilitar a atuação deles: é a transformadora Rotoscopia Digital, ou seja, desenho cobrindo cenários e atores reais. Aliás, Linklater em 2001 já tinha feito uma experiência utilizando a tecnologia da rotoscopia digital no filme Waking Life que traz em seu elenco o diretor Steven Soderbergh (Traffic).
terça-feira, 3 de julho de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário